É compulsivo, inocente ou serve a um propósito tão escuso que precisa ser mantido camuflado sob o manto das regras do livre mercado? Como o discurso dos ativistas do Código Aberto de hoje se espelha fielmente nos argumentos utilizados pela Microsoft para desacreditar o Movimento Software Livre e seus ideais revolucionários.
Em um longo e muito bem escrito artigo, o fã de Código Aberto, Hélio Loureiro escorrega nos argumentos do livre mercado para tecer conclusões erradas sobre o Software Livre, levianamente busca desprezar seus ativistas e meticulosamente minimiza os efeitos nocivos do modelo de negócios de gigantes espiões como Google e Facebook. Tem mais itens, então vamos refutar as meias mentiras, para ver se chegamos à algumas verdades. Vou tomar a liberdade de usar os mesmo tópicos, para facilitar os que desejarem comparar os artigos com fins didáticos.
Contribuições ao Software Livre
Grandes empresas querem e podem contratar quem quiserem para trabalhar em seus quadros. Em um modelo econômico capitalista, ter ou não alguém em seu quadro de funcionários se resume a pagar o valor certo. Nada de errado nisso, afinal trabalho é trabalho e se quisermos pagar as contas no fim do mês não há como escapar disso. Nunca me posicionei contra alguém por exercer sua profissão em uma empresa legalmente estabelecida, qualquer que seja, independente de seu viés político, produto ou serviço. O trabalho é o trabalho. Então vou deixar isso absolutamente claro: não vejo nenhum problema em trabalhar para o Facebook, Google, Microsoft, Oracle, Intel ou qualquer outra empresa de tecnologia proprietária.
Mas o fato de uma empresa contratar um ativista do Software Livre, não faz dela uma empresa comprometida com os ideais filosóficos do movimento. Na verdade é bem mais o contrário. Na maioria das vezes o profissional é contratado por ser destaque em sua área e a partir da contratação uma série de amarras, limites e mordaças lhe são impostas, pois agora, obviamente, ele deve usar usar suas habilidades em prol da empresa. Essa é a regra, mas claro que há raras exceções.
Outra meia mentira é que essas empresas são boazinhas ou devem ser aceitas como agentes beneméritos porque financiam programas, projetos e ou comunidades de código aberto e/ou livres. Essas empresas entenderam os benefícios do processo de produção colaborativa de software, então se apropriam dele, estimulando esses projetos, pessoas e/ou grupos apenas o suficiente para manter o que lhes é estrategicamente interessante.
Existem dúzias de exemplos para ilustrar esse comportamento, mas eu vou enumerar dois: o projeto Linux e o Google Summer of Code. No primeiro a relação é mais óbvia e simples de ser percebida. Tente imaginar quantos servidores com GNU o Facebook e o Google tem em seus datacenters e imagine o quanto afetaria a viabilidade dos negócios ter problemas com o Kernel Linux. Imagine como uma licença mais restritiva, como a GPL V3, poderia ser incômoda? Ou os riscos de ter um bug crítico ou de segurança que leve meses para ser resolvido? Então o aporte de recursos humanos e financeiros ao Kernel Linux não é um ato de altruísmo ou alinhamento ideológico. É apenas uma questão de interesse negocial.
O Google Summer of Code, para mim, é muito mais sujo, mesquinho e aproveitador. Tirando vantagem das fragilidades intrínseca dos estudantes eles promovem um concurso de talentos, oferecendo prêmios com valores pífios para quem resolver problemas críticos ou tiver ideias excepcionais. Seja pela situação financeira ou pela visibilidade mercadológica que um prêmio assim oferece, milhares de novos gênios são compelidos a solucionar problemas estratégicos para uma mega companhia de tecnologia. Genialmente maquiavélico.
Ver um ativista de código aberto ou de Software Livre tentando minimizar os males das mega corporações de tecnologia é tão absurdo quanto um membro do Greenpeace minimizando os males da Texaco ou Shell porque fazem reflorestamento de Pinhos em algum lugar. Ou ainda, de um ativista do PETA minimizando a Friboi por matar seus animais de forma \”mais humana\”.
Monitoração do usuários e uso de dados privados
Tenho escrito demais sobre esse tema e só vou tocar nele de novo porque acabo de perceber um novo ingrediente na linha argumentativa: a ingenuidade interesseira. Como uma criança de nove anos que ainda diz acreditar em Papai Noel para poder ganhar o presente de Natal. Então subitamente as revelações do Ex-espião (será?) da NSA, Edward Snowden não são reais?
É claro que as grandes não vão assumir explicitamente sua subserviência ao estado imperialista dos Estados Unidos da América do Norte. Ainda não é o momento. Mas acreditar que os perfilamentos atendem exclusivamente a propósitos do ético mecanismo do livre comércio, beira a irresponsabilidade. Especialmente quando se escreve tão bem para explicar o quão pouco perigoso é usar esses serviços e quanto vale a pena trocar toda a sua vida virtual por alguns serviços de comunicação. Como foi comentado em uma rede social o outro dia: \”é claro que o Netflix é massa, pois vale muito trocar sua privacidade por um filminho\”.
A gravidade dessas ações é incalculável e isso só não fica mais nítido porque a exposição é contra os podres poderes, que são os mesmos que controlam a mídia e portanto a suavizam. Se permita pensar no poder que gera ter acesso à base de dados do Facebook, Google, Gmail, WhatsApp e Instagram, todas juntas. Não se iluda, eles não querem só te vender um par de tênis novo ou a última cor de esmalte de unha. Não seja tão inocente.
Qualquer ativista que apoie qualquer tipo direito humano ou liberdade, deveria se opor com veemência às redes sociais devassas e procurar opções que busquem meios de garantir que ninguém tenha esse tipo de poder. Entre as opções estão as redes sociais livres e federadas, e dentre elas o Diaspora, que está longe de ser perfeita, mas que dá passos claros de oposição ao sistema centralizado, vendido, corrupto, devasso e espião do Facebook.
O movimento do software livre como mimimi
Mimimi é o acrônimo de \”pare de chorar e vá fazer alguma coisa que preste\”. O Stallman tem sido acusado desse mimimi desde que fundou o projeto GNU. E lá se vão 30 anos. Bill Gates, Steve Jobs, Eric Raymond e Jon Maddog Hall, só para enumerar alguns, já apontaram para o Stallman e todos os demais ativistas de Software Livre com esse elogio carinhoso.
Mas adivinha? mimimi também significa \”não vamos parar de provar o quanto vocês fazem mal para a humanidade\”. O Movimento Software Livre é um movimento social e político que se apoia nas liberdades do Software para combater as desigualdades sociais e os desmandos das mega corporações de tecnologia fazem parte disso. Ninguém está obrigado a concordar com o Movimento Software Livre, mas tentar desqualificá-lo pode ser um grande tiro no pé, porque lhe forçará a encarar de frente seu egoísmo e seu desprezo pelo social, em prol do seu benefício pessoal. É como político safado que se diz a favor da maioria necessitada e depois age apenas em benefício próprio.
Não há mais de um tipo de Movimento Software Livre. Não há essa coisa de radicais do Movimento Software Livre. Trata-se de um movimento com definições claras e objetivos ainda mais claros descritos pela Free Software Foundation e qualquer desalinhamento não é Software Livre. Simples assim.
Então se você não está alinhado e não quer se alinhar, muito bem, perfeito, de acordo, perfeito, direito seu. Mas nos faça um favor: vá procurar sua turma! E deixe a nossa em paz.
A sua turma deve estar no Facebook, Gmail e Instagram achando que se muda o \”status quo\” de dentro da jaula de ouro, se deixando iludir pelos argumentos infantis do Big Brother. Achando que Ubuntu e Debian são a mesma coisa.
O mimimi do Software Livre é o seu pior pesadelo porque sempre lhe esfregará na cara que sua incoerência é fruto do seu egoísmo, da satisfação dos seus interesses pessoais. É um recordatório público de que você não vê mal algum em se apropriar e deixar que se apropriem, do bem comum em seu benefício pessoal. Sempre que o Software Livre for citado lembre-se de que ele trata do bem para todos.
Como ganhar dinheiro com software livre?
Essa pergunta já foi respondida milhares de vezes em todos os idiomas do Mundo e a resposta é simples: prestando serviço. Não há nenhum truque escondido, escuso, segredo milenar ou pegadinha. Pode ser mais complicado de entender porque desde o fim dos anos 70 as mega corporações conseguiram convencer a todos que Software é produto. Mas assim que se pensa um pouco fica claro que desenvolvimento de software é um serviço e aí fica fácil entender que há outras formas de se ganhar dinheiro com Software Livre e ou com Código Aberto. Há muito mais do que licenças entre o Céu e Terra…
O Movimento Software Livre não é, nem nunca foi contra \”ganhar dinheiro\”. Grandes do ramo como a RedHat encontraram um modelo ético e sustentável para gerar riqueza. O problema nunca foi, nem nunca será \”ganhar dinheiro\”, mas como se faz isso. Há serviços mais éticos que outros apesar de toda a legalidade envolvida.
Vender marketing, ou seja, vender espaços publicitários é um ótimo modelo de negócios. Mas há limites. Quando a propaganda é não direcionada, ela faz parte do jogo capitalista. Mas quando a desculpa do marketing serve para invadir minha privacidade e a de todos, então não é mais aceitável. Especialmente porque já é sabido que essas informações são usadas para coisas muito mais graves do que vender produtos. O melhor exemplo dos riscos envolvidos está na experiência feita pelo Facebook provando que conseguia manipular seus usuários inserindo mensagens subliminares nas \”timelines\” de sua interface. Então não adianta mais tapar o Sol com a peneira. Você está sendo etiquetado, catalogado e vendido para quem pagar mais ou para quem tiver mais misseis nucleares.
Mas você pode acreditar que \”o Windows é muito melhor que o Software Livre\” [2] cuja conclusão é: \”O Windows é mais que uma ideologia, é uma poderosa ferramenta para garantir a segurança e disponibilidade de uma rede. Antes de pensarmos em custo de aquisição devemos pensar em redução de custos e garantia de uma rede estável, afinal todas as informações de uma empresa estão nela… e valem muito.\” E também em gnomos. A escolha é sua.
Alternativas como Diaspora, Rise.Up, OpenMailBox, etc
São todas alternativas válidas. São verdadeiros atos heroicos de coletivos e indivíduos que decidiram se contrapor ao \”status quo\”. Assim como o Stallman fez a 30 anos atrás e muitos outros visionários fizeram ao redor do Mundo nos movimentos locais de Software Livre.
Longe de serem perfeitos, cada um a sua maneira, tenta oferecer garantias de privacidade e serviços éticos na Internet. O que todas elas tem em comum, é que apenas o que o usuário deseja será visto ou espalhado na rede. Há mensagens que eu quero que estejam na rede e alcancem a maior quantidade possível de pessoas. São mensagens públicas e que podem e devem ser indexadas e catalogadas por quem o quiser fazer, inclusive o Google. A beleza está em que o que eu não quero que seja tornado público, não será. Então quem decide o que é ou não público e aparecerá nos índices do Facebook e Google sou eu. Você pode dizer o mesmo?
E a conclusão?
Mais um ato de violência contra o movimento Software Livre. Alguns poderiam até chamá-lo de \”fogo amigo\”, mas seria um erro de percepção, porque o OSI – OpenSource Initiative e os que defendem a complacência no uso de Softwares Proprietários e redes sociais devassas, não são amigos do Movimento Software Livre.
Tentar desvirtuar os princípios éticos, morais, ideológicos e filosóficos do Software Livre não é tarefa fácil. Mas sempre estarão lá os enganadores e mal intencionados para tentar confundir as pessoas. Levá-las a crer que um mundo melhor é uma utopia e que a única solução viável é se deixar explorar, enganar, persuadir para poder ser feliz e ganhar dinheiro.
Não há como minimizar o mal que ataques dissimulados, de pessoas que se fazem passar por ativistas do Software Livre impetram ao movimento. Nestes caso admiro mais o Steve Balmer que disse claramente que o \”O Linux é um Câncer\” [2] sem meias verdades, apenas mentiras absolutas.
Saudações Livres!
1 – http://softwarelivre.org/portal/noticias/opiniao-de-helio-loureiro-as-empresas-nefastas-e-redes-devassas
2 – http://technet.microsoft.com/pt-br/library/cc716412.aspx
3 – http://www.theregister.co.uk/2001/06/02/ballmer_linux_is_a_cancer/
Quando li o artigo do Hélio, eu não acreditei no absurdo que eram aquelas afirmações e não compreendo como um artigo desses foi parar no Software Livre Brasil.
Diaspora e Openmailbox, uma ilusão? Ilusão pra mim é acreditar que uma empresa que tem todas as informações sobre você não vai vendê-las a quem pagar mais caro.
Eu não poderia estar mais de acordo com o que você respondeu nesse artigo, Anahuac.
Por que vc faz questão de se posicionar como a personalidade do SL no Brasil?
Vc disse verdades no seu texto, mas também disse coisas que não condizem com a realidade de uma ideologia e das pessoas que a seguem, independente da ideologia. Por exemplo:
“Não há mais de um tipo de Movimento Software Livre. Não há essa coisa de radicais do Movimento Software Livre. Trata-se de um movimento com definições claras e objetivos ainda mais claros descritos pela Free Software Foundation e qualquer desalinhamento não é Software Livre. Simples assim.”
A resposta clara pra isso está nesse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=UoZ_X8a47Oc
“Então se você não está alinhado e não quer se alinhar, muito bem, perfeito, de acordo, perfeito, direito seu. Mas nos faça um favor: vá procurar sua turma! E deixe a nossa em paz.”
E isso é um tanto rude, uma ideologia sempre tenta buscar mais adeptos, a sua obrigação é conscientizar o povo e fazê-los usar software livre sabendo q estão usando algo que os respeita. E não expulsar uma pessoa que de início não pensa como vc mas poderia se tornar um membro importante na comunidade de SL se alguem chegasse nele com calma e discutisse, argumentasse a apresentasse os problemas convencendo-o que o SL é uma atitude certa.
E outra, o rms cometeu uma contradição infeliz para endorsar as distribuições. Ele (e outros do projeto GNU tambem) afirmou que a FSF se trata de defender o Software Livre e não tem nada a ver com Hardware, então obrigar ativistas de SL ou nao, a usar um kernel de-blobed não é só inviável como incoerente considerando o hardware atual, ou seja, sem hardware livre não temos condições de termos um sistema operacional 100% livre. E mais, quem trabalha com animação 3D (como eu ja trabalhei) não tem como ficar sem um driver de vídeo, infelizmente, nao porque agente nao queira, mas porque precisamos e nem por isso deixamos de ser ativistas de SL.
Existem milhares de projetos do SL onde o desenvolvedor é mais filha da puta do que muita empresa que cria software não-livre por aí e mesmo assim continuamos usando e aumentando o ego desse desenvolvedor e piorando a relação da comunidade de software livre que dependem por alguma razão do projeto desse homem. E mesmo assim continuamos usando-os…
“Imagine como uma licença mais restritiva, como a GPL V3, poderia ser incômoda?” Ao menos vc reconhece que a GPL é uma licença restritiva. Eu pessoalmente defendo software livre, mas não defendo a GPL, pq quanto mais vc reprime uma pessoa de fazer as vontades dela, pior pode ser. É a mesma coisa com sexo, se vc nao der sexo para seu parceiro(a), ele pode buscar isso em outra pessoa e te por um belo par de chifres. Eu quando crio software livre, eu crio esperando que as pessoas façam a coisa certa, se não fizerem eu arco com as consequencias, mas tento ao máximo correr atrás do prejuízo. Então não é mimimi, é infantilidade não querer se responsabilizar pelos proprios atos. Isso vale pra uma empresa q cria software proprietário com uma EULA impedindo engenharia reversa. Como diabos se impede engenharia reversa? o.O A partir do momento que o software foi criado ele está sujeito a isso. Mesma coisa com a GPL, vc pode esconder um código GPL dentro do seu software proprietário coberto por uma EULA anti-engenharia reversa e NINGUÉM, NINGUÉM NUNCA vai saber, infelizmente. =/
Cara de Untitled, eu nunca comento para não alimentar os Trolls sem nome como você. Mas não poderia perder a oportunidade de chutar a bola que você me levantou.
Você me pergunta: Por que vc faz questão de se posicionar como a personalidade do SL no Brasil?
Eu não faço isso não. Nunca fiz. Dizer que uma coisa é uma coisa não me posiciona como personalidade dessa coisa.
Vou ilustrar: por mais que você queira negar a Lei da Gravidade existe. O fato de eu te lembrar disso não me posiciona como personalidade da Lei da Gravidade.
Dizer que o Software Livre é uma coisa, me aproxima tanto de Stallman quanto dizer que dois mais dois é quatro, me aproxima de Pitágoras.
Vou repetir: não sou personalidade de nada, nem quero ser. Sou um simples ativista do Movimento Software Livre que busca meios de contribuir para difundir seus princípios éticos, morais e filosóficos. Nada mais.
Saudações Livres!
Mas Lei da Gravidade é uma lei e como toda lei física, é icorrompível. Uma ideologia pode muito bem ser corrompida facilmente dependendo dos seus integrantes.
Como eu lhe apresentei argumentos e vc não os refutou e apenas me acusou de troll, não, vc não é um ativista, pq pra ser um ativista deve conhecer os fatos e saber argumentá-los.
Agradeço a todos os verdadeiros ativistas de software livre que me proporcionaram usar um sistema totalmente livre como uso hoje e por sempre tentarem me integrar e integrar outros na comunidade ao invés de taxar com rótulos e segregar. O que eu vejo a Canonical fazendo é segregar e polarizar todos os usuários de GNU/Linux no Ubuntu, e vc faz igual rotulando os outros até mesmo aqueles que concordam 99% com você, criando uma elite, uma nata, um grupo totalmente distinto que luta por “justiça”. Não vejo nada de justo numa atitude elitista como essa sua. Fica a dica de amigo, revolucione você mesmo antes de revolucionar o mundo 😉
Qualquer que seja o artigo, sempre há uma animosidade no ar. Eu concordo com muita coisa escrita aqui, mas acho que o “untitled” tem razão quando diz que é preciso ser tolerante com quem pensa diferente.
Ninguém muda da água pro vinho fácil, então é importante explicar o porquê de usar software livre. Isso pra mim é ser um ativista do software livre.
Para apoiar o movimento do software livre (ou qualquer que seja) é preciso sim ter paixão pela causa. Mas se deixamos de lado a razão na hora de defender essa causa, então o movimento perde a força.
Repito: eu concordo com o artigo e com os argumentos apresentados, mas também achei pertinente esse ponto que o nosso colega anônimo apresentou, de não repudiar as pessoas que hoje tem uma visão, mas que amanhã pode ser outra.
Fico feliz por ter compreendido o ponto, Hugo.
Para ser ativista tem que ter paixão pela causa, mas tem que ser fluido para entender o próximo, porque talvez ele tenha uma razão bem fundada para ter uma opinião diferente seja pelas mais diversas razões. É por falta desse dinamismo que o Movimento do Software Livre morreu, por suicídio, e porque o OpenSource sem querer venceu (sem querer porque é um movimento muito mais recente comparado ao Software Livre) porque os ativistas não sabem como alcançar a massa de usuários principalmente a vovózinha que nem sabe ligar um computador e quer que tudo esteja pronto pra ela.
Infelizmente é assim que as pessoas estão hoje, o que devemos fazer é aproveitar o que o movimento OpenSource conseguiu para levá-los para o nosso lado. Isso sim é ser ativista. Como fazer isso? Que estratégia usar? Bom, eu não sei, mas tenho certeza que é respeitando os usuários que mal sabem usar um computador ou que não entendem do assunto.
Acho ótima a ideia de criar uma rede social brasileira que use software livre pra isso e divulgá-la, eu mesmo uso o Twister, não divulgo porque não está maduro o suficiente para usuário comum, mas divulgo o Diaspora, Friendica, Red Matrix enquanto o Twister não amadurece. É assim, com mídias sociais, que conseguimos criar o sentimento de liberdade nos usuários comuns, um dia espero que o software proprietário será algo estranho para os usuários.
Mas não considero a atitude do Anahuac uma atitude honesta de um “ativista”. Considero uma atitude mesquinha, egoísta (algo completamente contrario ao ideal de comunidade) e nociva para a comunidade, algo que faz a comunidade se implodir e afastar novos membros que acabam se juntando ao OpenSource porque o SL simplesmente NAO QUIS agregá-los.
Nós devemos nos olhar antes de olhar e julgar os outros, quais os defeitos da nossa comunidade? Veja só o Linus Torvalds ofendendo desenvolvedores o tempo todo e ninguém, NINGUÉM se rebela contra isso! Cadê o sentimento de ética e comunidade dos ativistas de SL nessas horas? Há tanta contradição que chega a ser triste. Esses são os motivos de porque o Ubuntu passa longe de ser a causa da morte do movimento (mesmo sendo assim como o Fedora, mas ta longe de ser uma das principais).