Pergunte para qualquer profissional de TI se o curso pertence às ciência exatas ou ocultas? Depois da risada, tenho certeza de que a resposta será Ciência Oculta!
Tecnologia é uma ciência que nem sempre é tão exata assim e exemplos na história não faltam, onde tropeços e casualidades terminaram por nos trazer grandes avanços nas mais diversas áreas. Será que foi o dedo de Deus quem ajudou a descoberta da Penicilina ou a criação do forno microondas? Se você não conhece essas histórias recomendo muito que faça uma busca e descubra. São sensacionais.
Como se pode imaginar, desenvolver tecnologia é algo caro e tem requisitos conhecidos: investimento em educação, infraestrutura e uma pitada enorme de imaginação. E o Brasil tem tudo isso sobrando. Especialmente imaginação.
No fim dos anos 70 o Brasil fazia parte da elite computacional do mundo. Foi um dos pioneiros na criação de um sistema operacional nacional. O celeiro se chamava Cobra Tecnologia e é até hoje um braço de tecnologia do Banco do Brasil. Inclusive em se tratando de automação bancária fomos os primeiros e até exportamos para informatizar o Deutsche Bank e outros bancos.
Mas demos azar: o Governo Collor abriu nossas fronteiras facilitando a entrada de tecnologia internacional. Os produtores de tecnologia dos países ricos dominaram nosso mercado e mataram nossa tecnologia nacional.
Nos anos 80 conseguimos dominar a tecnologia automotiva e uma empresa se lançou no mercado. A Gurgel foi a única fábrica de automóveis nacional e conseguiu prosperar bastante apesar da ferrenha competição da Autolatina que era o consórcio da Ford e Volkswagen que monopolizava esse mercado.
Mas demos azar: O Governo Fernando Henrique flexibilizou as leis de instalação de fábricas automotivas internacionais e fomos inundados de carros japoneses, sul coreanos e europeus.
Nos anos 80 e 90 o Brasil trabalhou muito no desenvolvimento aeroespacial. O ITA – Instituto de Tecnologia Aeroespacial é um celeiro de gênios e temos o melhor ponto de lançamentos de foguetes do mundo no Centro de Lançamento de Alcântara. Faltavam apenas alguns detalhes para que finalmente pudéssemos produzir foguetes eficientes e começar a lançá-los. Uma parceria entre o Brasil e a Ucrânia em 2003 prometia a transferência dessa tecnologia.
Mas demos azar: no mesmo ano de 2003 no lançamento do foguete VLS-1 V03 houve uma explosão que matou 21 dos melhores cientistas envolvidos e nosso programa aeroespacial nunca mais foi o mesmo.
Outro expoente da tecnologia nacional é a aviação. Foi com tecnologia brasileira que a Embraer desenvolveu e fabrica até hoje três modelos de sucesso no mundo todo: o Tucano, o Hércules e o Phenom 300. Os dois primeiros para fins militares e o Phenom é o jatinho executivo mais desejado do mundo. Engenharia, peças, montagem, desenvolvimento e claro riqueza 100% nacional.
Mas demos azar: em 1994 o Ex-presidente Itamar Franco privatizou a Embraer entregando nossa tecnologia para empresas estrangeiras.
Com suas usinas nucleares em Angra dos Reis o Brasil desenvolveu uma tecnologia avançadíssima de enriquecimento de urânio para evitar a dependência do fornecimento do combustível radioativo da Europa. As usinas foram compradas à Alemanha, mas depois de prontas o combustível custava mais caro que as próprias usinas em si. Lembra até as impressoras atuais, onde comprar tinta é mais caro que a impressora.
Esse programa nuclear Brasileiro foi liderado pelo Dr. Othon Luiz Pinheiro da Silva e serviria como base para a fabricação do nosso submarino nuclear.
Mas demos azar: no conjunto de ações ilegais de destruição do Brasil feitas pela Operação Lava Jato, o Dr. Othon foi injustamente acusado de corrupção e preso. Pondo fim ao programa do submarino nuclear brasileiro.
Já em 2006 a Petrobras anuncia a descoberta do pré-sal, um dos maiores campos de petróleo do mundo e que colocaria o Brasil em posição de destaque. A Petrobras desenvolveu tecnologia inédita e exclusiva para poder extrair petróleo nas profundidades abissais abaixo da camada de sal do fundo do oceano. O acordo era que a Petrobras tivesse exclusividade na extração e refino, garantindo que os lucros ficassem no Brasil. Dilma até sancionou a lei que destinava 75% dos royalties e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.
Mas demos azar: o Ex-Presidente Michel temer acabou com a exclusividade da extração do Pré-Sal e iniciou a venda de partes da empresas para companhias internacionais que ficaram com nossa tecnologia e o Ex-Presidente Bolsonaro, privatizou refinarias e vendeu várias partes da empresa.
Este ano de 2023 fez-se a prospecção de um novo campo gigante de petróleo na Bacia do Amazonas, uma região à cerca de 500 Km de distância da foz o Rio Amazonas e que deve ser explorada com cautela, mas de forma indubitável, para garantir essa riqueza para o Brasil. Tecnologia, conhecimento, responsabilidade e vontade política há.
Mas, será que vamos dar azar de novo? A militância ecológica financiada pelas Fundações Internacionais já intensificaram a pressão para tentar impedir. E vale lembrar que empresas internacionais de extração de petróleo já estão lá, só que do lado da Guiana Francesa.
Essa riqueza é fundamental para manter o Estado Brasileiro de assistência social: Bolsa Família, SAMU, Farmácia Popular, Brasil Sorridente, SUS, Minha Casa Minha vida, Fies e tantos outros.
A Tecnologia pode até ser uma ciência oculta, mas não há nada de secreto nessa onda de azar que o Brasil tem quando se trata de ter suas tecnologias subtraídas. É o retrato mais perfeito da exploração do capitalismo somado ao entreguismo daqueles que dizem amar o Brasil, mas amam mesmo ser capachos dos colonizadores Yankees e Europeus.