Fazendo um comentário a uma mensagem do Reinaldo Bispo no Diasporabr.com.br, terminou saindo o artigo abaixo. Achei que redação merecia ser publicada. Então segue.
Essa palestra*, na verdade, perpetua toda a confusão que estou tentando esclarecer com meus artigos. Ela mistura OSI com Software Livre e presta um tremendo desserviço ao Movimento.
Como o Stallman deixa claro, o Movimento Software Livre é um movimento social e político que luta pela liberdade do código para os usuários de tecnologia. Serve para combater o mal do domínio pelo controle do código fonte.
Liberdade de escolha para usar Software Proprietário não é Software Livre, nem Movimento Software Livre, nem comunidade Software Livre. Isso tem nome: OSI. Esse era o argumento utilizado pela Microsoft a dez anos atrás para se contrapor a expansão do GNU/Linux no mercado. Hoje ele é usado por aqueles que se dizem defensores do Software Livre. Falácias, nada mais que falácias!
Não há nada de errado em defender a Open Source Initiative. Cada um é livre para fazer o que bem entender. O que sim está errado é se auto intitular Software Livre quando não se é. Muito menos em um evento de Software Livre do porte do FISL.
É por isso que escrevi o artigo intitulado Geração Ubuntu: a morte do Movimento Software Livre no Brasil. Essa é uma geração de usuários e entusiastas do Software Livre que não tem nenhum compromisso com os verdadeiros valores do projeto GNU ou da licença GPL. Eles são fruto de uma decisão estratégica errada que o Movimento tomou 10 anos atrás, quando fomentou a adoção massiva de \”Linux\” em vez de se preocupar com a qualidade do entendimento das liberdades.
Por incrível que pareça o Movimento Software Livre se deixou levar pelos argumentos mais flexíveis do Open Source Initiative acreditando que quanto maior fosse a fatia de mercado com usuários de \”Linux\” maior seria o entendimento dos usuários sobre seus benefícios e sobre às liberdades. O Ubuntu e o Android deixaram claro que essa previsão não se concretizou. Os usuários usam GNU sem saber, chamando-o de \”Linux\” e usam \”Linux\” sem saber, chamando-o de Android.
Como disse em nossa conversa anterior: nós, os velhos do Movimento Software Livre cometemos um erro estratégico há 10 anos. Será que conseguimos reverter?
O cenário é desolador. A maioria desses mesmos velhos cansou de lutar, outros se converteram totalmente ao Open Source Initiative, outros discursam Software Livre e realizam OSI. A verdade é que restamos poucos. Some a isso o fato da \”nova geração\” estar defendendo, com todo vigor, conceitos completamente deturpados sobre o que é Software Livre. Sem os velhos e sem os novos, não dá para ser muito otimista.
É por isso que para você que não é um ativista, a palestra do Alberto* parece tão boa, e, ao mesmo tempo, além de me deixar muito triste, só corrobora para o meu argumento original: o Movimento Software Livre morreu.
É claro que ele pode renascer da chama eterna: a FSF e o Stallman continuam inabaláveis e eles serão sempre, espero, a fonte de inspiração para que o Movimento Software Livre possa corrigir aquela decisão errada e voltar a trilhar o caminho certo. Faz 10 anos que o Stallman nos diz que estamos errados. E nós passamos esses mesmos 10 anos ridicularizando-o, achincalhando-o e estereotipando-o, ao ponto dele ser absolutamente ignorado pela nova geração.
Nessa mesma linha espero que os alertas e sinais sejam captados pela ASL – Associação Software Livre que organiza o FISL. Quem sabe os velhos de lá, junto com seus novos GNUs, consigam resgatar e ajudar a fazer essa correção?
Saudações Livres!
* \”Radicais Livres. Quem são? Onde vivem? Do que se alimentam?\” do Alberto J. Azevedo
Anahuac, deixa de ser ridiculo!
Você tomou um super puxão de orelha pelo cara, aí você vem aqui pra falar e falar e não falar nada! Sabe porque? porque seus argumentos acabaram. Você já foi humilhado de mais em publico.
Você é só mais um religioso cego que não consegue ver o mundo fora da caixinha! Não existe só GNU não como software livre, meu filho. Você só vai ganhar respeito quando falar pra você mesmo que vai colaborar com software livre não-GNU.
O final da sua fala diz tudo “antihipocrita”, que nem coragem de se indetificar tem. “software livre não-GNU”, mas quem fundou a ideia do Software Livre não foi a Free Software Foundation? Acredito que nada melhor do que o criador poder dizer qual caminho seguir, a verdade é, não vejo problema em vocês defenderem o Open Source, melhor que o próprietario, concordo, mas não vem dizer que ta defendendo software livre, querendo desligar ele da FSF e do GNU que isso é impossível, você tem que ler um pouco mais sobre o que é Software Livre. Entenda o conceito da filosofia criada por Stallman, ele criou a filosofia amigo, se ele não pode direcionar o movimento, não sei quem mais pode.
Não, é você quem tem que ler mais sobre SL.
Leia o que o Richard Stallman escreve, que tal? Veja os motivos que ele criou o movimento e depois volte aqui para falar comigo ;).
Você trata ele como um pioneiro…ele só quis que as coisas voltassem a ser como era antes, quando ele podia compartilhar códigos entre os colegas de faculdade sem restrição! Ele criou a DEFINIÇÃO, mas o Software Livre já existia.
E sobre essa de que eu não tenho coragem de me identificar…isso só demonstra que vocês são hipócritas porque a privacidade é minha e a liberdade de me expressar também é minha. Haha ainda dizem que defendem a liberdade e a privacidade…hipócritas.
Eu concordo que existe software livre alem do GNU mas voce poderia falar sem ser arrogante.
Software livre eh o que da a liberdade para o usuario, pode ser em qualquer licenca livre disponiveis aqui: http://www.gnu.org/licenses/license-list.html#SoftwareLicenses
Desculpe mas não tem como não ser arrogante com gente arrogante que prefere meter o pau em tudo que não seja GNU, inclusive softwares livres não-GNU. É hipocrisia, diz fazer parte da comunidade mas fica segregando.
já podem fundar uma igreja: http://stallmanism.org/
É triste constatar que realmente o movimento do software livre morreu no Brasil. Agora só temos Badoos de Linux clamando pela liberdade de promover prioritariamente software proprietário, e hipocritamente se apresentando como promotores de software livre. Como diz o Alessandro: são a Quinta Columna.
O qué o Movimento do Software Livre? É gente que tem a visão de que software proprietário é uma grande injustiça a deve ser combatida. Quem não pensa assim não é do Movimento do Software Livre.
Não confundir software livre, como conceito anterior a sua definição, com movimento do software livre.
Não foi o software livre que acabou (senão eu não estaria digitando isto de um sistema operacional 100% livre), o que acabou foi o movimento do software livre no Brasil, que esteve organizado há cerca de dez anos atrás, e acabou sendo minado por dentro, por exemplo, a partir da cooptação de hackers por empresas mal intencionadas, como Google e Facebook. Tolerância a software proprietário sempre houve, mas como situação excepcional, não como filosofia principal. Já hoje tem gente que (sabe-se lá por quê) diz defender software livre, mas coloca como altíssima prioridade escolher software proprietário, o que sabota o crescimento de bases de usuários e desenvolvedores de projetos de software livre.